Qual exame detecta a uveĆte?
- Profa. Dra. Heloisa Nascimento
- 13 de dez. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de jul. de 2024

Uma das doenƧas oculares Ć© a uveĆte, uma inflamação que normalmente atinge o corpo ciliar, a Ćris e a coroide, mas que tambĆ©m pode afetar a retina, o nervo óptico e outras partes do olho. Os exames solicitados para detectar essa inflamação sĆ£o o de mapeamento de retina ou o fundo de olho, a retinografia e a tomografia de coerĆŖncia óptica, porĆ©m, outros exames tambĆ©m podem ser necessĆ”rios, como exames de sangue e sorologia, alĆ©m de testes reumatológicos.
Entenda agora como funciona cada tipo de exame e a sua importĆ¢ncia para o diagnóstico correto da uveĆte.
TrĆŖs exames que detectam a uveĆte
1. Fundo de olho ou mapeamento da retina
O exame de fundo de olho, chamado Fundoscopia, Ć© um exame feito para se observar, como o próprio nome diz, o fundo do olho do paciente. Dessa forma, Ć© por meio dele que o oftalmologista pode avaliar a parte central da retina e as suas estruturas internas.Ā
Quando a fundoscopia Ć© mais detalhada, ela tambĆ©m Ć© chamada de mapeamento de retina. Ć esse exame que permite que o mĆ©dico especialista examine a retina mais profundamente e visualize tambĆ©m estruturas externas, como a mĆ”cula, os vasos sanguĆneos do fundo do olho e o nervo óptico.
Como o exame de fundo de olho é mais bÔsico, ele pode ser feito em uma consulta de rotina com um oftalmologista e, para isso, o profissional utiliza um aparelho chamado oftalmoscópio. Este aparelho projeta raios de luz no interior do olho, permitindo que o médico veja toda a estrutura interna da retina.
JÔ no mapeamento de retina, que é mais profundo e detalhado, os aparelhos utilizados são o oftalmoscópio binocular indireto e uma lente convergente de grande aumento. Enquanto o primeiro aparelho emite uma luz em direção ao olho do paciente, o oftalmologista posiciona a lente entre a luz e o olho a ser examinado e, assim, pode ver com mais precisão a retina e as demais estruturas ao redor.
Tanto na fundoscopia como no mapeamento de retina, as pupilas do paciente sĆ£o dilatadas com o auxĆlio de colĆrios, com aplicação feita pelo próprio oftalmologista.
2. Retinografia
O exame de retinografia Ć© uma fotografia da retina e permite que o mĆ©dico especialista tenha uma visĆ£o mais ampla da retina. Trata-se de um exame feito por imagens, as quais sĆ£o importantes para o acompanhamento da uveĆte.
Existem duas modalidades de retinografia: a simples e a panorĆ¢mica. Na retinografia simples, Ć© possĆvel captar imagens em alta definição do fundo do olho, do nervo óptico e da parte central da retina.
JÔ a retinografia panorâmica é um exame mais moderno. Os equipamentos utilizados nesta modalidade são mais avançados, captando imagens panorâmicas da retina e das demais estruturas. Dessa forma, as fotografias são mais completas, uma vez que alcançam a retina de maneira integral.
As duas modalidades do exame são indolores e não levam muito tempo. Para que o exame simples seja realizado, o paciente deverÔ se sentar na frente de um retinógrafo - que é o equipamento que registra as fotografias necessÔrias - e posicionar o seu queixo e a testa nos lugares indicados. Feito isso, o oftalmologista vai operar o aparelho e captar as imagens da retina.
O processo para fazer a retinografia panorĆ¢mica Ć© bem semelhante, porĆ©m, o equipamento necessĆ”rio Ć© mais desenvolvido. Em ambas as situaƧƵes, o paciente terĆ” suas pupilas dilatadas com o auxĆlio de colĆrios, e nĆ£o poderĆ” estar usando lentes de contato durante o procedimento.
3. Tomografia de coerência óptica
A tomografia de coerĆŖncia óptica (OCT) Ć© um dos exames mais avanƧados na oftalmologia. Trata-se de um exame de imagem que permite detectar nĆ£o só a uveĆte, mas tambĆ©m outras complicaƧƵes no globo ocular no seu estĆ”gio inicial, permitindo que o tratamento seja receitado o quanto antes.
As imagens captadas neste exame sĆ£o em alta resolução e em 3D, sendo possĆvel observar detalhes das diferentes camadas da retina. Por meio da OCT, o oftalmologista consegue visualizar nĆ£o só a retina, mas tambĆ©m o vĆtreo, o nervo óptico e a coroide.Ā
O procedimento do exame é bem simples e indolor, além de ser feito em poucos minutos. Nele, o paciente se senta diante do aparelho e posiciona o seu queixo e testa nos lugares indicados. Um feixe de luz é direcionado para os olhos do paciente e, assim, as imagens são captadas rapidamente.
Diferente do mapeamento de retina e da retinografia, a tomografia de coerĆŖncia óptica pode ser feita mesmo sem a dilatação da pupila do paciente. PorĆ©m, caso seja necessĆ”ria, a dilatação Ć© feita com o auxĆlio de colĆrios.
Outros exames necessƔrios
Os exames anteriores buscam avaliar especificamente as regiƵes oculares afetadas pela uveĆte e devem ser feitos com um oftalmologista especialista. No entanto, outros exames sĆ£o solicitados para diagnosticar algumas doenƧas que podem ser a causa da inflamação ocular.
A partir da identificação dessas doenƧas, Ć© possĆvel receitar o tratamento adequado, uma vez que o tratamento da doenƧa base (dependendo do caso) serve tambĆ©m para o tratamento da uveĆte.
As doenƧas infecciosas sĆ£o as causas mais comuns da uveĆte. SĆfilis, toxoplasmose, herpes e HIV sĆ£o apenas alguns exemplos de doenƧas que podem refletir tambĆ©m nos olhos do paciente, causando a inflamação na parte ocular.Ā
Para identificar essas doenƧas, Ć© possĆvel realizar exames de sangue e a sorologia, buscando saber se o paciente testa positivo ou negativo para a doenƧa em questĆ£o.
AlĆ©m da sorologia, o oftalmologista tambĆ©m pode pedir exames reumatológicos, procurando um diagnóstico de uma possĆvel doenƧa reumatológica e autoimune. Dessa forma, Ć© possĆvel identificar a doenƧa base e receitar os medicamentos apropriados para a cura da uveĆte.
Para fazer todos esses exames e ter o diagnóstico correto, visite um oftalmologista especializado e faça o acompanhamento adequado, evitando o progresso da inflamação.